quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

» Do you hate Sonnen??? Who is Chael???

Em nossas pesquisas pela net, em busca de informações sobre Chael, encontramos este texto publicado pelo site TKO Brasil e gostaríamos de compartilhar com todos vocês, para que reflitam e tirem suas conclusões.

Boa leitura!!!

Chael Sonnen é um operário do MMA, 26 – 11 – 1 (Vitórias – Derrotas – Empates).

Antes de ser o lutador que conhecemos, Sonnen já lutou em várias organizações, tendo até uma aparição relâmpago no UFC entre 2005-06 com um recorde de 1-2. Foi no WEC, extinta organização comprada pela Zuffa, que Chael começou a chamar atenção. Após a derrota para Paulo Filho, ex-Pride e WEC former champion, Chael Sonnen conseguiu sua revanche em uma luta que muitos quiseram esquecer, devido à performance de nosso campeão.

Nos meses seguintes, o UFC incorporou as categorias mais pesadas do WEC e Sonnen, detentor do cinturão, voltou a dar as caras no maior evento de MMA.

Desde outubro de 2006, Anderson Silva reina absoluto na categoria (médios), fazendo de suas lutas uma exibição de superioridade poucas vezes vista no UFC. Tamanha a contundência de suas vitórias, seus adversários começaram a entrar no octagon mais preocupados em evitar uma derrota humilhante do que focados em uma estratégia para anular suas habilidades. Presenciamos lutas no mínimo bizarras: Thales Leite, Patrick Cote, James Irvin, Demian Maia e a famosa contra “Run” Forrest “Run” Griffin (na categoria de Forrest, meio-pesados).



Dana White provavelmente não sabia o que fazer com uma categoria tão abalada. Tentou, sem sucesso, colocar Anderson Silva na Light Heavyweight, e depois do episódio de Abu Dhabi ficou visível a bagunça que a Middleweight se tornara. Não restavam dúvidas que as vendas de ppv tomavam o mesmo rumo. Um campeão sem carisma, que não se dava ao trabalho de arriscar algumas palavras em inglês com a imprensa, aliado a uma série de lutadores que pareciam não oferecer perigo tanto ao seu estilo de luta quanto ao seu jogo mental.

Chael Sonnen é um cara incansável e sabe exatamente o que quer. Tal fato merece admiração. Sua primeira luta na volta ao UFC teve como desfecho uma das mais belas finalizações no MMA, imposta por Demian Maia. A volta por cima veio depois de 2 vitórias consecutivas. Sonnen então encara Nate Marquardt, promessa na época, figurando como zebra absoluta. Foi aí que ele começa a chocar a categoria ao impor uma derrota dominante sobre Nate, mostrando uma evolução técnica e um cardio invejável. Com Dan Henderson fora da organização e o caos em que se via a categoria, Sonnen era o próximo da fila.


Vale lembrar que Anderson Silva praticava (ainda pratica) um jogo mental para abalar seus adversários. Com toda a marra que lhe é característica, Anderson deixava a entender que qualquer ameaça ao seu cinturão era visto como afronta imperdoável. Várias de suas atitudes e declarações possuíam a clara intenção de deixar seus adversários incomodados, como se tivessem que pisar em ovos a todo o momento. Além disso, Anderson evocava um círculo de amigos e parceiros de treinos que alegava ser impensável a possibilidade de uma luta. Criando assim uma situação extremamente confortável para si e extremamente desfavorável para todos os outros.

Sonnen começou a ampliar as suas chances quando começou a falar certas coisas que talvez ninguém ousava falar. Bateu de frente com todas as marras do brasileiro. Fez declarações pitorescas que beiravam ao absurdo. Ridicularizou tudo que Anderson Silva se cercava, chegando até mesmo a desrespeitar o nosso país. Por mais besteiras que tenha jogado na mídia, Sonnen acabava dizendo algumas coisas que faziam sentido (mesmo que poucas). O MMA é sobre ver quem é o melhor quando se coloca dois lutadores dentro do octagon. O UFC lhe paga para que a audiência tenha uma exibição de alto nível, em que os lutadores tenham a única intenção de ganhar a luta. Você não é pago para dançar, fazer amigos ou ficar achando que tudo que acontece é desrespeitoso com o seu cinturão. No final das contas ninguém se importa se você se sentiu ofendido com alguma coisa, o que o público espera de um lutador é uma performance digna do preço do ingresso.


E essas declarações destemidas surtiram efeito. Uma legião de haters surgiu e Sonnen tornou-se um personagem do UFC, não mais um simples lutador.
Debochado, engraçado e ao mesmo tempo insuportável, o fato é que Sonnen incomodou, disse algumas verdades que ninguém diria e que o nosso frágil sentimento de nação e auto estima, somado a uma dose de intolerância, talvez tenha atrapalhado a boa compreensão.

Afinal de contas, o trash talk nada mais é que um monte de coisas que só surte efeito se alguém dá alguma importância a ele (do mesmo jeito que todos pareciam se importar com toda a marra do Spider). Why so serious?
Com o mesmo empenho que Sonnen criava os melhores trash talks do MMA, ele treinava e evoluía suas habilidades. Mesmo assim poucos acreditavam nele. Seu jogo, apesar de eficiente, já era muito conhecido e limitado diante das inúmeras habilidades do brasileiro.  A luta veio e o que vimos foi Sonnen em uma atuação que chocou o esporte, obrigando Anderson Silva a lutar como um guerreiro.

DOPING: Ao invés de pensar em quem usa substâncias proibidas, tente pensar em quem não faz uso. Sim, porque em todos os episódios de doping no UFC, exceto a punição dada pela comissão atlética, poucas foram as manifestações dos atletas no sentido de abominar o uso desses artifícios. O que nos leva a supor que o assunto não tem tanto interesse em se direcionar a devida atenção. Tanto é que a proposta de fazer teste antidoping no estilo olímpico (com amostra de sangue ao invés de somente urina) não teve muitos adeptos.

Sonnen foi pego no antidoping depois da luta e ficou 1 ano de gancho.


Sonnen voltou, e mesmo com 1 ano de ausência ainda chama muita atenção. Dana White ofereceu mais uma pedreira, Brian Stann. Um cara tido como herói de guerra americano e que rapidamente já era especulado como páreo a Anderson Silva. Resultado, mais uma exibição impressionante de Sonnen e mais uma tonelada de trash talk.

Pode-se dizer que Sonnen acabou com aquele ambiente temeroso na middleweight, em que os lutadores pareciam não ter tanto interesse no title shot (exceto Dan Henderson). Hoje a fila pra disputa de cinturão é maior e mais bem cotada. Ao que parece, Sonnen também conseguiu impor a ideia, também já citada por Jon Jones, que “um lutador luta contra um corpo e não contra um mito”.

Por fim, Sonnen conseguiu algo mais valioso, conseguiu com que todos quisessem ver a sua revanche contra Anderson. Agora basta o controverso lutador derrotar Mark Muñoz para conseguir sua segunda chance contra o Spider.

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